Os
próximos textos do blog trarão uma atualização de alguns dos exercícios já
feitos no passado, a partir da divulgação dos dados mais recentes por parte dos institutos de pesquisa. Em 2015, por exemplo,
mostramos que a confiança dos empresários industriais é um indicador antecedente dos investimentos que visam elevar a capacidade produtiva da economia brasileira. O objetivo desse texto é mostrar o que se pode esperar com relação
à trajetória da formação bruta de capital fixo.
As
estatísticas do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) foram
atualizadas até o segundo trimestre, enquanto o último dado dos investimentos diz
respeito aos três primeiros meses de 2016. Diferentemente do artigo que versou
sobre esse assunto em 2015, não se procedeu o deslocamento da série temporal do
ICEI, com o objetivo de deixar claro o caráter antecedente dessa variável,
conforme o gráfico abaixo.
Índice de Confiança do Empresário Industrial e Formação Bruta de Capital Fixo - Brasil
(Variação % acumulada em 4 trimestres)
Um
simples exercício pode nos dar uma pista sobre a evolução dos investimentos: se o nível do ICEI de julho (47,3 pontos) permanecer
inalterado, em média, até o último trimestre de 2017, o que acontecerá com aqueles?
O “ICEI Simulado” aponta para um crescimento bastante significativo no ano que
vem, devolvendo parte das perdas acumuladas desde meados de 2014, sobretudo
porque a confiança atingiu níveis historicamente baixos em 2015. Convém lembrar
que o patamar supracitado ainda denota sentimento de pessimismo por parte dos
empresários da indústria, pois está abaixo dos 50 pontos.
Ademais, considerando a mesma taxa de variação acumulada em 4 trimestres para a confiança, além da defasagem de um trimestre entre
ambas, a formação bruta de capital fixo deverá avançar 13,7% no ano que vem em
comparação com 2016, de acordo com esse cálculo. Se levarmos em conta que essa variável responde por,
aproximadamente, 15% do PIB, teríamos um acréscimo de 2,1 pontos percentuais ao
crescimento da economia em 2017.
Eventuais
mudanças na dinâmica do ICEI dependem, basicamente, da situação política. Caso
o impeachment não se confirme, a
confiança deverá desabar. Todavia, se o governo conseguir encaminhar reformas
que aumentem a competitividade da economia e reduzam os custos de produção, a
confiança deverá aumentar ainda mais.
Fonte: ICEI (Confederação Nacional da Indústria)
Formação Bruta de Capital Fixo (IBGE)
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