segunda-feira, 29 de junho de 2015

A relação entre o dólar e a cotação do barril de petróleo

O objetivo desse post é analisar a relação entre o dólar e a cotação do barril de petróleo.

Ao longo dos últimos meses, o dólar vem ganhando força em relação a outras moedas. Desde o final de 2013, a expansão monetária nos Estados Unidos tem sido cada vez menor, culminando com o fim da política de afrouxamento quantitativo (Quantitative Easing). Além disso, sabe-se que, muito provavelmente ainda esse ano, a taxa básica de juros subirá e que a trajetória de alta dessa variável será mantida ao longo dos próximos anos. Esse cenário de menor oferta de dólares e expectativa de um maior rendimento dos títulos da dívida americana no futuro (melhora da relação risco-retorno País) fortalece o dólar.


Em relação ao preço do petróleo, sua cotação caiu substancialmente desde o ano passado. Na comparação da cotação do barril tipo WTI em maio ante o mesmo período do ano passado, a queda foi de 42,0%. Esse movimento se dá tanto em função de questões relacionadas ao lado da demanda (expectativa de menor crescimento mundial da China, Zona do Euro e outros países), quanto do lado da oferta (revolução promovida pelo xisto nos Estados Unidos e das decisões recentes envolvendo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo de não reduzir a produção, mesmo com os preços baixos).


O gráfico abaixo mostra a cotação do barril de petróleo (tipo WTI) e o Dollar Index, ou seja, o indicador que mede o valor do dólar em relação a uma cesta composta por seis moedas: Euro, Iene (Japão), Libra Esterlina (Reino Unido), Dólar Canadense, Coroa Sueca e Franco Suíço. Há uma forte correlação negativa entre as duas séries, ou seja, o fortalecimento da moeda americana tende a ser acompanhado, na média, por menores preços da commodity, e vice-versa.

Preço do barril de petróleo tipo WTI e Dollar Index
(Em US$ e número-índice: 03/02/98 = 100)

A razão por trás dessa correlação é que a maioria dos contratos envolvendo o petróleo é liquidada em dólares. Quanto maior o poder de compra da moeda dos EUA, menor é a necessidade de despender recursos para comprar uma dada quantidade da commodity, o que provoca uma retração do seu preço. Como os EUA são o país que mais importa petróleo no mundo, a relação é bastante forte.


O que esperar dessa relação no futuro? A extração cada vez maior de petróleo através do xisto nos EUA pode fazer com que essa dinâmica não se mantenha no médio e longo prazos, dado que a importação deve diminuir. Resta saber o quão importante será esse movimento.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Indicadores de conjuntura: devolução de cheques

Recentemente, a administradora do SCPC Boa Vista divulgou o indicador de cheques devolvidos em relação ao total movimentado para maio. O percentual foi de 2,24%, o mais alto para o mês desde 2009 (ano em que foram sentidos os efeitos da crise financeira internacional no Brasil).


O objetivo desse post é mostrar a importância dessa variável e sua relação com a atividade econômica.


A emissão de um cheque sem fundo gera uma série de efeitos negativos do ponto de vista econômico. Se o banco devolvê-lo duas vezes, o emitente será incluído no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos – CCF. Além de não poder receber um novo talão, o beneficiário fica autorizado a realizar a cobrança da dívida via protesto. Outra consequência é a inclusão do nome do devedor nos principais cadastros de inadimplência, como o SCPC e o Serasa. Nesse caso, as restrições para a obtenção de crédito, por exemplo, tornam-se muito maiores.


O gráfico abaixo exibe a variação percentual em 12 meses do PIB (representado aqui pela proxy Índice de Atividade Econômica, calculado pelo Banco Central – IBC) e a proporção de cheques devolvidos em relação ao total movimentado. Há uma correlação negativa bastante significativa entre as séries. Isso significa que a segunda variável é anticíclica, ou seja, tende a acompanhar as flutuações do PIB na sentido oposto. Intuitivamente, esse comportamento já era esperado. Quando as condições econômicas pioram, ou seja, menos renda é gerada, o descumprimento de determinadas obrigações financeiras tende a aumentar.

Cheques devolvidos em relação ao total movimento e PIB do Brasil (IBC-BR)
(Variação % acumulada em 12 meses)

O que esperar dessa indicador no futuro? As projeções do PIB, conforme os últimos relatórios de mercado do FOCUS, continuam a se deteriorar para 2015 (aprofundamento da recessão) e 2016 (retomada apenas modesta). Dessa forma, uma melhora consistente do índice deverá ocorrer apenas em 2017.

Fonte: IBC-BR - Bacen. (Série 17439 do SGS).
Cheques devolvidos em relação ao total movimentado - Boa Vista SCPC (Link aqui). 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

O que esperar dos movimentos dos juros nos EUA e como isso afeta o Brasil?

Vários analistas e investidores têm acompanhado com atenção a economia americana nos últimos meses. Mais especificamente, o foco tem sido a expectativa em torno dos próximos passos da política monetária do País, mais especificamente sobre a elevação da taxa de juros. Conforme será visto mais adiante, esse direcionamento é importante não só para os Estados Unidos, mas também repercute sobre as outras nações, incluindo o Brasil.

Cabe lembrar que o Federal Reserve (FED) apresenta um mandato dual, ou seja, são dois grandes objetivos que devem ser perseguidos: inflação de 2% a.a. e o máximo nível de emprego possível. Os últimos comunicados do FOMC (Comitê responsável pela política monetária) enfatizam que um conjunto amplo de indicadores será levado em consideração para fundamentar e balizar não só o timing do primeiro aumento, mas também toda a trajetória futura dos juros.

Entretanto, a análise de alguns indicadores da economia americana vis à vis os alvos da autoridade monetária pode ajudar a elucidar um pouco essa problemática:
  • A taxa de desemprego, atualmente em 5,5% (dado de maio), ainda está acima da taxa natural estimada pelo FED (entre 5,0% e 5,2%). Ou seja, a proporção de desocupados pode cair, a partir da manutenção dos estímulos, sem que isso gere desequilíbrios do ponto de vista da inflação.
  • A inflação continua abaixo da meta de 2,0% (houve estabilidade de preços nos últimos 12 meses terminados em maio). Esse comportamento, em parte, se deve ao menor preço da energia. Mesmo com a interrupção da queda dos preços das commodities, o impulso do ponto de vista monetário deverá continuar, pelo menos no curto prazo.
A cada reunião do FOMC, realizada com espaçamentos de 45 dias, algumas projeções para importantes variáveis econômicas dos EUA são revistas. O gráfico abaixo mostra qual a taxa de juros desejável para cada um dos dezessete membros do Comitê (que tem poder de voto em relação em relação aos juros) para esse e os próximos anos. Quinze deles acreditam que, até o final de 2015, os juros estarão mais altos. Esse movimento deverá persistir nos períodos seguintes, alcançando, no longo prazo, valores entre 3 e 4% a.a.. Todavia, em comparação com os últimos levantamentos, espera-se que essa trajetória será mais suave, refletindo a menor expectativa de crescimento para a economia americana nos próximos anos (algo corroborado pelas projeções do FMI).

Taxa de juros desejável para cada um dos membros do FOMC nos EUA
(Em % a.a. no fim de cada período)
Outra possibilidade de avaliar essa questão está nas apostas dos investidores do mercado financeiro. Com base nos preços dos contratos dos juros futuros, o CME Group Research calcula a probabilidade implícita de mudanças na política monetária. Para a próxima reunião, em julho, há 56% de chances da taxa subir para 0,25 p.p.. Já para a reunião que será realizada no dia 16 de dezembro, a probabilidade de uma majoração de pelo menos 0,25 p.p. é de 89%.

Probabilidade de aumento dos juros nos EUA
(Em % com base nos contratos futuros de juros)

E de que forma isso tende a afetar o Brasil? Um dos principais canais de transmissão se dá através da taxa de câmbio, ou seja, do preço do Real medido em dólares. Quanto mais elevado os juros americanos, maior é o incentivo para que capitais de todo o mundo se desloquem para os Estados Unidos, desvalorizando assim as outras moedas. Entre outros efeitos, a depreciação do câmbio tende a favorecer as exportações e diminuir as importações, além de ser prejudicial para a inflação (uma vez que os desembarques se tornam mais caros).

Por outro lado, destaca-se que a elevação dos juros nos EUA representa um marco importante, pois sinaliza a maior economia do planeta (16,1% do PIB mundial, conforme os dados do FMI referentes ao ano de 2014) está conseguindo apresentar sólidos fundamentos sem a necessidade de um incentivo tão forte advindo da política monetária (cabe lembrar que, desde dezembro de 2008, em função da crise financeira, as fed funds – equivalentes a nossa taxa SELIC – estão em patamares muito próximos a zero). Tal fato é importante para o comércio exterior brasileiro, uma vez que o País é bastante relevante na nossa pauta exportadora (segundo lugar no ranking de 2014, com 10,2% do total, somente atrás da China). Dito de outra forma, há maior espaço para um aumento da demanda externa.

Fontes: Juros desejáveis pelos membros do FOMC (Link aqui)
Probabilidade de aumento dos juros nos EUA com base nos contratos futuros (Link aqui)

domingo, 14 de junho de 2015

A relação entre os gastos com P&D e o número de publicações científicas

O principal motor do capitalismo é a inovação. Através dela, as economias conseguem gerar crescimento sustentado, possibilitado pela redução dos custos de produção das empresas, o que tende a elevar o padrão de vida da população.


Uma das maneiras de verificar o quão próximos os países estão da fronteira da tecnologia é através do número de publicações científicas. Aumentá-las não é uma tarefa simples. Isso requer um investimento relevante, tanto do poder público, quanto da iniciativa privada, visando elevar o nível de capital humano. Somente assim é possível incorporá-las no processo produtivo, modificando a interação entre os insumos de produção de modo a elevar a produtividade.


O gráfico abaixo mostra os gastos totais com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) como proporção do PIB (dados do Banco Mundial) e o número de total de publicações científicas, levantados junto ao site da Scimago Jr. para um total 70 países. Ambas as variáveis referem-se ao ano de 2011, para fins de comparação adequada, e a segunda está em escala logarítmica. O Brasil está destacado no ponto laranja. Há uma correlação positiva, ou seja, um maior dispêndio nas atividades de P&D, na média, tende a ser acompanhado por um maior número de publicações. Além disso, cabe fazer uma observação fundamental: a reta que melhor se ajustou aos dados é não linear. Ou seja, aproximar-se da fronteira tecnológica é muito difícil, e isso requer um aumento substancial do investimento em P&D por parte das nações.

Gastos totais com P&D e publicações cientíticas
(Em % do PIB e número de publicações) 

Evidentemente, um indicador sobre o número de publicações científicas ponderado pela sua qualidade seria muito mais robusto do ponto de vista teórico e empírico. Todavia, mesmo essa relação trazida aqui sugere que um interessante direcionamento para as políticas públicas e para as empresas, dando suporte ao mais importante dos vetores de crescimento de uma economia de mercado.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Uma análise sobre as importações brasileiras

De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), as importações brasileiras (medidas em dólares correntes) caíram 18,9% nos cinco primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2014. Trata-se do valor mais baixo para o período desde 2010.


Esse post tem por objetivo explicar alguns dos elementos que determinam o comportamento das compras brasileiras no exterior. Antes de avançarmos, destaca-se que mudanças nos valores de quaisquer mercadorias podem ser decompostas entre as variações dos seus preços e das quantidades (quantum) transacionadas.


O gráfico abaixo mostra a forte correlação existente entre o PIB do Brasil (aqui representado pela sua proxy mensal, o IBC-BR) e o quantum das importações nacionais. Optou-se por essa medida ao invés do valor porque o indicador do nível de atividade já é calculado em termos constantes, ou seja, livre da influência da variação dos preços (inflação). Os desembarques têm um caráter pró-cíclico: conforme a atividade acelera, ou seja, quanto a maior renda disponível, mais elevadas tendem a ser as compras no exterior.

PIB (IBC-BR) e quantum das importações do Brasil
(Variação percentual acumulada em 12 meses)


Segundo já visto no blog, as importações são fundamentais para explicar a dinâmica dos investimentos ao longo dos últimos anos. Além disso, a indústria, responsável por cerca de dois terços do total, é diretamente afetada, pois depende, em muitos casos, dos insumos necessários para a produção (bens intermediários) e de equipamentos para a fabricação de outros produtos (bens de capital).


O que esperar das importações no futuro? Um indício sobre essa tendência pode ser obtido através das projeções de mercado do Relatório FOCUS para o PIB do Brasil nos próximos trimestres. As expectativas do mercado financeiro apontam que haverá um crescimento da economia (no acumulado em 4 trimestres) somente a partir do terceiro trimestre de 2016. Portanto, até lá, as importações deverão continuar caindo.


Projeção do PIB do Brasil - Relatório FOCUS
(Variação percentual acumulada em 4 trimestres)

Fontes: Quantum de Importações - FUNCEX (Série disponível no IPEADATA).
IBC-BR - Banco Central (Série 17439 do SGS).
Expectativas para o PIB - Relatório FOCUS (Link aqui).

sábado, 6 de junho de 2015

O ambiente de negócios desfavorável do Brasil

Vários são os quesitos necessários para o correto funcionamento de uma economia de mercado. Em primeiro lugar, destacam-se os elementos relacionados à macroeconomia. Nesse caso, por exemplo, a estabilidade do poder de compra da moeda ajuda a aumentar a previsibilidade dos projetos de investimento dos empresários da indústria. Trata-se de algo fundamental, uma vez que vários alcançam a sua maturação somente em prazos longos. Ademais, o sistema tributário não pode onerar a produção do ponto de vista da sua magnitude. Além disso, a infraestrutura deve ser adequada para permitir o escoamento das mercadorias com um custo baixo.


Por outro lado, há aspectos do lado microeconômico. Nesse caso, surgem diversas questões importantes como: a burocracia, a complexidade da estrutura tributária, a segurança jurídica dos contratos, a flexibilidade da legislação trabalhista, entre outras. Todas podem atuar para diminuir os custos de produção das firmas caso suas regras sejam estáveis e claras.


O objetivo desse post é entender de que forma o poder público interfere no desenvolvimento do setor privado através de uma comparação internacional.


Para tanto, duas variáveis serão analisadas. A primeira é o ranking do Doing Business (DB), elaborado anualmente pelo Banco Mundial, que captura o quão fácil ou difícil é a realização de negócios para 189 países através da avaliação de inúmeros indicadores. Entre os grandes temas levados em consideração estão: abertura de empresas, obtenção de alvarás de construção, obtenção de eletricidade, registro de propriedades, obtenção de crédito, proteção aos investidores minoritários, pagamento de impostos, comércio internacional, execução de contratos, resolução de insolvências e regulamentação do mercado de trabalho. Percebe-se, portanto, que vários assuntos ligados ao lado microeconômico são contemplados, o que gera uma noção bastante abrangente dos estágios de desenvolvimento dos mercados dessas nações.


O segundo índice é o de "Qualidade da Regulação", compilado por pesquisadores da Worldwide Governance Indicators (WGI) do Banco Mundial. Esse, especificamente, procura medir a capacidade do governo em gerar regulações e políticas que visem estimular o setor privado. O ranking é criado com base nas respostas de questionários aplicados junto a empresas, cidadãos e especialistas, sendo que os valores para cada país variam de -2,5 (muito ruim) até 2,5 (excelente).

O gráfico abaixo mostra a correlação existente entre a posição do país no ranking do Doing Business (ano de 2014, com dados referentes a 2013) e o Índice de Qualidade Regulatória (em 2013) para um total de 184 nações. Convém lembrar que o eixo vertical está invertido, o que significa que quanto melhor (menor) a colocação no primeiro, maior tende a ser o valor encontrado no segundo. O Brasil está destacado com a cor laranja, ocupando a 123ª no DB e 79ª no outro. Esses resultados dão alguma dimensão do tamanho do nosso atraso e do quanto o nosso crescimento potencial torna-se limitado por esses entraves.

Ranking do Doing Business e Índice de Qualidade Regulatória
(posição no ranking mundial e pontuação)
Fonte 1: Doing Business
Fonte 2: WGI

terça-feira, 2 de junho de 2015

O que está por trás dos gastos com o seguro-desemprego?

O IBGE disponibiliza, mensalmente, informações que compõem a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), com dados sobre o mercado de trabalho brasileiro. Segundo o Instituto, a População em Idade Ativa (PIA) é definida como aquela que apresenta 10 anos ou mais. Essa variável é composta por duas grandes subdivisões: (i) população economicamente ativa (PEA), conhecida por força de trabalho e (ii) população não economicamente ativa (PNEA), ou seja, as pessoas que optam, voluntariamente, em permanecer fora do mercado de trabalho.
O gráfico abaixo mostra a correlação existente entre a PNEA e os gastos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) destinados ao seguro-desemprego por parte do governo central (em R$ bilhões deflacionados pelo IPCA acumulado até o mês abril de 2015). A correlação mais forte entre ambas foi encontrada quando essa última foi adiantada em quatro meses. Temos, portanto, uma sinalização de como a primeira deverá se comportar no futuro próximo.
Gastos com seguro Desemprego em R$ bilhões deflacionados pelo IPCA acumulado até abril de 2015 (adiantados em 4 meses) e População Não Economicamente Ativa - Var. % acumulada em 12 meses

Uma hipótese que surge a partir da relação encontrada é de que o aumento do benefício pago pelo governo gera um incentivo perverso sobre a oferta de trabalhadores. Se, além disso, é relativamente fácil obtê-lo, torna-se racional diminuir a procura por um emprego.
Ao longo dos últimos meses (desde outubro do ano passado), observamos um aumento considerável dos gastos com o seguro-desemprego em relação ao que vinha sido praticado até então. De acordo com a relação supracitada, deveremos observar um aumento da PNEA. Convém lembrar que o governo anunciou, como parte do ajuste fiscal, que tinha a intenção de tornar mais rígidas as regras para a concessão do benefício. O mero anúncio dessa possibilidade pode ter feito com que os indivíduos respondessem a essa alteração dos incentivos, usufruindo assim do benefício.
As mudanças, de fato, só foram aprovadas recentemente pelo Congresso. Ou seja, daqui em diante, deveremos esperar uma desaceleração dos dispêndios com o SD em termos reais. A correspondente retração na PNEA poderá ser reforçada pela queda da renda das famílias, aumento da inflação e redução dos financiamentos estudantis via FIES, que tendem a provocar um aumento da oferta de trabalho.