Ao longo dos últimos meses,
o dólar vem ganhando força em relação a outras moedas. Desde o final de 2013, a
expansão monetária nos Estados Unidos tem sido cada vez menor, culminando com o
fim da política de afrouxamento quantitativo (Quantitative Easing). Além disso, sabe-se que, muito provavelmente
ainda esse ano, a taxa básica de juros subirá e que a trajetória de alta dessa variável será mantida ao longo dos próximos anos. Esse cenário de menor oferta
de dólares e expectativa de um maior rendimento dos títulos da dívida americana no
futuro (melhora da relação risco-retorno País) fortalece o dólar.
Em relação ao preço do
petróleo, sua cotação caiu substancialmente desde o ano passado. Na comparação
da cotação do barril tipo WTI em maio ante o mesmo período do
ano passado, a queda foi de 42,0%. Esse movimento se dá tanto em função de
questões relacionadas ao lado da demanda (expectativa de menor crescimento
mundial da China, Zona do Euro e outros países), quanto do lado da oferta (revolução promovida pelo xisto nos Estados Unidos e das decisões
recentes envolvendo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo de não
reduzir a produção, mesmo com os preços baixos).
O gráfico abaixo mostra a cotação do barril de petróleo (tipo WTI) e o Dollar Index, ou seja, o indicador que
mede o valor do dólar em relação a uma cesta composta por seis moedas: Euro,
Iene (Japão), Libra Esterlina (Reino Unido), Dólar Canadense, Coroa Sueca e
Franco Suíço. Há uma forte correlação negativa entre as duas séries, ou seja, o
fortalecimento da moeda americana tende a ser acompanhado, na média, por
menores preços da commodity, e vice-versa.
Preço do barril de petróleo tipo WTI e Dollar Index
(Em US$ e número-índice: 03/02/98 = 100)
A razão por trás dessa
correlação é que a maioria dos contratos envolvendo o petróleo é liquidada em
dólares. Quanto maior o poder de compra da moeda dos EUA, menor é a necessidade
de despender recursos para comprar uma dada quantidade da commodity, o que provoca uma retração do seu preço. Como os EUA são o
país que mais importa petróleo no mundo, a relação é bastante forte.
O que esperar dessa relação
no futuro? A extração cada vez maior de petróleo através do xisto nos EUA pode
fazer com que essa dinâmica não se mantenha no médio e longo prazos, dado que a importação deve diminuir. Resta
saber o quão importante será esse movimento.
Muito bom!
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