O
mercado de trabalho brasileiro está passando por transformações significativas,
fruto da intensidade da recessão econômica que atinge o País. Esse blog já demonstrou, por exemplo, que a taxa de participação alcançou, em 2016, o nível mais baixo de toda a série histórica. Entre os tópicos mais recorrentemente analisados por pesquisadores e pelo governo no tocante ao mercado de trabalho está
a rotatividade. O
objetivo desse post é investigar a sua evolução no âmbito industrial ao longo dos últimos anos, procurando entender de que forma o ciclo econômico afeta a dinâmica dessa variável.
A
taxa de rotatividade pode ser definida como o percentual de trabalhadores
substituídos entre o mês de referência e o período imediatamente anterior. O
gráfico abaixo mostra a variação acumulada em 12 meses dessa variável e da produção industrial. A primeira variável faz parte da Pesquisa Industrial
Mensal – Produção Física, enquanto a segunda está na Pesquisa Industrial Mensal
de Empregos e Salários – PIMES. O último dado é de dezembro de 2015, uma vez
que a PIMES foi encerrada pelo IBGE. Há uma clara correlação positiva entre
ambas as séries: ou seja, maiores níveis de atividade da indústria tendem a ser
acompanhados por aumento da rotatividade e vice-versa.
Produção industrial e Taxa de Rotatividade - Brasil
(Variação % acumulada em 12 meses)
Quando o mercado está aquecido, é natural que as empresas necessitem de mais trabalhadores para dar conta do aumento da produção. Para atrair essa mão de obra, as firmas oferecem salários mais altos. Em situações como essa, a propensão dos empregados em pedir demissão para assumir postos com melhores condições aumenta, gerando incremento da rotatividade. Quanto mais intenso é o crescimento do setor, maior é a intensidade da troca.
Já
nos casos onde a produção está em baixa, as empresas ajustam o nível de emprego
aos pedidos, através de demissões. Como o ciclo econômico está na sua parte
baixa, em muitos casos, não é necessário efetuar substituições.
A
expectativa é de que a rotatividade continue caindo em 2016 e apresente relativa estabilidade em
2017, em linha com a estimativa de baixo crescimento (0,9%) para a Produção Industrial no ano que vem, conforme o Relatório FOCUS,
do Banco Central.
Fonte: PIM-PF e PIMES (IBGE).
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