A
produtividade do trabalho é um indicador fundamental para averiguar o nível de
eficiência de uma determinada economia. Para contribuir com o debate, o presente artigo tem como objetivo apresentar estatísticas sobre esse tema, além de explicar
brevemente algumas determinadas razões que justificam o patamar do Brasil.
As estimativas da Conference Board mostram o
produto por hora trabalhada (medido em dólares de 2014) para um total de 66
países. Com base nesses dados, é possível calcular quantos trabalhadores
do Brasil são necessários para igualar a produtividade de um estrangeiro. Por
exemplo: devemos reunir quase 6 unidades de mão de obra nacionais para equiparar
a produção de um único labutador de Luxemburgo e quatro para igualar um
americano. Independente do nível de desenvolvimento considerado para fins de
comparação (avançados ou emergentes), nossa posição é muito desconfortável: a produtividade
brasileira só é maior que a de somente 13 nações.
Várias
razões podem ser apontadas como as causas desse fenômeno. Em primeiro lugar,
convém destacar o papel do baixo nível de capital humano da força de trabalho, tanto em termos quantitativos
como qualitativos. Esse último aspecto é de fundamental importância, uma vez que os resultados dos exames internacionais de proficiência,
como o PISA, mostram que o nosso País se encontra nas últimas colocações. É necessário também ressaltar o efeito da pequena razão dos investimentos como
proporção do PIB – 18,0% no Brasil contra 31,9% de média para os emergentes em
2015, de acordo com o FMI –, que contribui para tornar o processo de escoamento
da produção por parte das empresas mais oneroso.
Já
os elevados custos trabalhistas, mencionados ao longo desse texto, impede uma elevação dos aportes em áreas como Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D). Por sua vez, a burocracia estatal atua para que os recursos escassos não sejam alocados da maneira mais eficiente
possível. Por fim, a rigidez imposta por lei sobre os contratos de trabalho coíbe o ajustamento adequado do emprego aos ciclos econômicos.
Somente
um conjunto abrangente de reformas pode expandir o crescimento potencial do
Brasil no futuro. Todavia, diante de todo o imbróglio econômico e político
que o nosso País enfrenta, a probabilidade disso acontecer no curto e até no
médio prazo é nula. Portanto, a tendência é que a diferença em relação aos nossos concorrentes internacionais aumente ainda mais.
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