quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Uma análise comparada sobre a produtividade do trabalho do Brasil



A produtividade do trabalho é um indicador fundamental para averiguar o nível de eficiência de uma determinada economia. Para contribuir com o debate, o presente artigo tem como objetivo apresentar estatísticas sobre esse tema, além de explicar brevemente algumas determinadas razões que justificam o patamar do Brasil.


As estimativas da Conference Board mostram o produto por hora trabalhada (medido em dólares de 2014) para um total de 66 países. Com base nesses dados, é possível calcular quantos trabalhadores do Brasil são necessários para igualar a produtividade de um estrangeiro. Por exemplo: devemos reunir quase 6 unidades de mão de obra nacionais para equiparar a produção de um único labutador de Luxemburgo e quatro para igualar um americano. Independente do nível de desenvolvimento considerado para fins de comparação (avançados ou emergentes), nossa posição é muito desconfortável: a produtividade brasileira só é maior que a de somente 13 nações.

Várias razões podem ser apontadas como as causas desse fenômeno. Em primeiro lugar, convém destacar o papel do baixo nível de capital humano da força de trabalho, tanto em termos quantitativos como qualitativos. Esse último aspecto é de fundamental importância, uma vez que os resultados dos exames internacionais de proficiência, como o PISA, mostram que o nosso País se encontra nas últimas colocações. É necessário também ressaltar o efeito da pequena razão dos investimentos como proporção do PIB – 18,0% no Brasil contra 31,9% de média para os emergentes em 2015, de acordo com o FMI –, que contribui para tornar o processo de escoamento da produção por parte das empresas mais oneroso.


Já os elevados custos trabalhistas, mencionados ao longo desse texto, impede uma elevação dos aportes em áreas como Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Por sua vez, a burocracia estatal atua para que os recursos escassos não sejam alocados da maneira mais eficiente possível. Por fim, a rigidez imposta por lei sobre os contratos de trabalho coíbe o ajustamento adequado do emprego aos ciclos econômicos.


Somente um conjunto abrangente de reformas pode expandir o crescimento potencial do Brasil no futuro. Todavia, diante de todo o imbróglio econômico e político que o nosso País enfrenta, a probabilidade disso acontecer no curto e até no médio prazo é nula. Portanto, a tendência é que a diferença em relação aos nossos concorrentes internacionais aumente ainda mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário