sábado, 19 de setembro de 2015

Como a qualidade da logística e a produtividade estão relacionados



Um dos objetivos mais desejáveis do ponto de vista econômico para firmas e países é tornar os fatores de produção mais eficientes. Isso significa aumentar a produção com a mesma quantidade de capital e/ou de trabalho. A intenção desse post é entender um pouco mais sobre a produtividade: um dos principais motores de uma economia de mercado.

Ganhos de produtividade podem surgir a partir de uma diminuição dos custos. Nesse sentido, a logística, ou seja, os métodos relativos à organização das empresas voltados para os escoamento das mercadorias, requer um contínuo processo de aperfeiçoamento para minimizar os dispêndios relacionados com o transporte, armazenagem e estoque.

O Índice de Performance Logística (LPI), compilado pelo Banco Mundial, é composto por variáveis quantitativas e qualitativas (essas obtidas através de surveys junto a profissionais da área) e se subdivide em seis grandes componentes, a saber: eficiência das alfândegas, qualidade da infraestrutura, facilidade de obtenção de preços competitivos para operações de transporte, qualidade dos serviços de logística (incluindo o despache aduaneiro), capacidade de rastrear mercadorias e frequência com que os produtos chegam aos seus destinos dentro do programado. O indicador varia de 1 (baixa qualidade) até 5 (alta qualidade). Os dados sobre a produtividade do trabalho (medida em dólares de 2014 por hora) foram obtidos junto à instituição "The Conference Board". O Brasil está representado pelo ponto laranja, junto com outras 61 nações. Há uma clara correlação positiva entre as variáveis: quanto melhor o desempenho no LPI, maior tende a ser a produtividade do fator trabalho.

Índice de Performance Logística (LPI) e produtividade do trabalho
(em pontos e em dólares de 2014 por hora)

O Brasil tem a 12ª pior estrutura de logística e a 13ª menor produtividade do trabalho. Uma das maneiras de melhorarmos nesses rankings é via investimentos em infraestrutura por parte do setor estatal. No entanto, não houve nenhum avanço nesse sentido ao longo dos últimos anos. Em relação ao PIB, esses gastos têm se mantido próximos a 1%, algo muito pequeno para as nossas necessidades. Também é necessário que as empresas melhorem os seus processos "da porta para a dentro". Contudo, a atual conjuntura recessiva impõe um estreitamento das margens de lucro por parte das empresas, dificultando a situação. Em suma, a produtividade está intimamente ligada a uma boa estrutura logística.

Fonte: LPI.

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