O
trabalho exerce uma importância central em inúmeras atividades produtivas. Compreender
alguns dos seus elementos é fundamental para explicar a própria dinâmica de uma
economia de mercado. Nesse sentido, vários artigos acadêmicos já demonstraram a relevância que o capital humano possui para explicar o nível de renda dos
países. O objetivo desse post é tentar entender essa relação.
O
Índice de Capital Humano, calculado pelo Fórum Econômico Mundial anualmente, apresenta como ponto forte a abrangência. O indicador é composto por dois grandes
temas - "Aprendizagem" e "Emprego" -, avaliados para
cinco faixas de idade: abaixo de 15 anos, entre 15 e 24, entre 25 e 54, entre
55 e 64 e mais que 65. O primeiro dos grandes pilares investiga questões como a
qualidade da educação dos mais jovens e dos que já estão empregados. Já o
segundo vetor pondera temas relacionados à qualidade dos empregos, à
abrangência da participação de diferentes grupos (homens,
mulheres e idosos) na força de trabalho e à vulnerabilidade: por
exemplo, a existência ou não de escravidão.
Ao
todo, são 46 variáveis averiguadas para 124 nações. O Brasil ficou na 78ª
colocação no ranking de 2015. Na avaliação dos subitens para o nosso País, conclui-se que a baixa
qualidade da educação primária (posição 109) e do sistema educacional como um
todo (posição 110), além da dificuldade em encontrar trabalhadores qualificados
(posição 108) puxaram a classificação para baixo.
O
gráfico abaixo mostra a correlação existente entre os valores do Índice de
Capital Humano e o PIB per capita em dólares de 2014, de acordo com os dados do Banco
Mundial. O Brasil está destacado no ponto laranja. Há uma clara correlação
positiva entre as variáveis. Isso significa que, por exemplo, maiores níveis de
riqueza tendem a ser acompanhadas, em média, por um valor mais
alto do indicador.
Índice de Capital Humano e PIB per capita
(Em valores e US$)
Dois fatos chamam a
atenção. Em primeiro lugar, a reta que melhor se ajusta aos pontos é não linear.
Isso significa que os ganhos de renda tendem a ser cada
vez maiores quanto mais elevado for o incremento do Índice. Em segundo lugar, o
Brasil está acima dessa linha. Sabendo que desvios em relação à média tendem a
ser corrigidos com o passar do tempo, há duas opções: (a) empobrecer ou (b) melhorar a
qualidade do capital humano como um todo. Infelizmente, é a primeira
alternativa que está em curso. Em suma, a ausência de políticas que aumentem a
produtividade do fator trabalho impede um crescimento da riqueza no Brasil.
Fonte: Human Capital Index
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