A atual recessão
brasileira tem causado impactos adversos em diferentes vetores, incluindo o
mercado de trabalho. Quando o nível de atividade está nesse estágio do ciclo
econômico, as empresas optam por demitir funcionários para cortar custos. Caso
isso não ocorra, essas firmas deixam de ser competitivas e podem fechar as
portas. Ao contrário, quando há expansão, o número de contratações tende a se
elevar para dar conta do maior
número de pedidos.
Tendo
isso em vista, o objetivo desse post
é mostrar a relação do mercado de trabalho com o PIB através de alguns dados oficiais.
As informações sobre geração de emprego são fornecidas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) via Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Convém
lembrar que as estatísticas dão conta somente dos funcionários celetistas. Apesar desse limitador, essa variável é um termômetro
fundamental para avaliar as condições do mercado de trabalho do Brasil. Em maio (último
dado da série histórica), o número de demissões superou o de admissões em 116
mil. Foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em
1992.
Para
dar conta do objetivo dessa análise, o gráfico abaixo mostra o saldo da
geração de empregos em âmbito nacional (média móvel em 12 meses) e o PIB (representado aqui pela
sua proxy mensal calculada pelo Banco
Central, o IBC). Há uma forte correlação positiva entre as séries. De fato, a
evidência a partir dos dados corrobora com a expectativa a priori de que a criação líquida de
postos de trabalho é uma variável pró-cíclica.
Geração de empregos e PIB (IBC-BR)
(Média móvel e variação percentual acumulada em 12 meses)
O
que esperar dessa relação no futuro? Conforme as projeções mais recentes de
diversas instituições do mercado financeiro que participam do Relatório FOCUS,
do Banco Central, a situação tenderá a continuar difícil. As expectativas do
PIB vêm sendo sistematicamente revisadas para baixo em 2015 e, conforme os
últimos dados, apontam para uma retração de 1,5%. Para 2016, esse mesmo movimento também é observado. Portanto, as demissões tendem
a continuar.
Fonte: Geração de Empregos (CAGED/MTE).
IBC-BR - Banco Central (Série 17439 do SGS).
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