A teoria econômica comumente
aceita propaga que a inflação apresenta uma causa bastante definida: o aumento
do estoque de moeda numa velocidade superior a da produção, que, em última
análise, é determinado pelo governo. O motivo é que esse detém o monopólio da
emissão de moeda. No entanto, essa visão não é compartilhada por outras escolas
de pensamento econômico. No Brasil, na época da hiperinflação, chegou-se a
dizer que a inflação não tinha uma causa determinada.
Mas qual é a racionalidade
por trás de um aumento persistente do nível geral de preços da parte do
governo? Até que ponto isso é benéfico? Aqui, recorre-se ao décimo princípio
elementar de economia, que consta no livro de Gregory Mankiw (Introdução à
Economia), professor de Harvard. No curto prazo, ou seja, quando os preços apresentam uma rigidez originada de contratos, é possível estimular a atividade (diminuindo a taxa de desemprego) através de uma injeção de recursos via impressão de moeda. No entanto, na medida em que esses acordos são substituídos por
outros que já incorporam a inflação mais elevada, o efeito positivo sobre a desocupação deixa de existir. Dito de outra forma, não existe mais dilema
(tradeoff) entre inflação e
desemprego no longo prazo. Outro fator diz respeito à geração do chamado imposto inflacionário, que consiste na transferência de renda do contribuinte para o governo quando esse emite moeda para financiar os seus gastos.
O gráfico abaixo mostra a
relação entre o estoque de moeda (agregado monetário M1) e o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) – Núcleo por Exclusão, que desconsidera os preços
dos bens monitorados e dos alimentos no domicílio (ambos calculados a partir da
variação percentual acumulada em 12 meses). Utilizando-se o artifício de adiantar em 9
meses a variação do primeiro, sugere-se que esse é um indicador antecedente
para a inflação, da mesma maneira que a confiança está para os investimentos.
Estoque de moeda (M1, adiantada em 9 meses) e IPCA - Núcleo por Exclusão (sem monitorados e alimentos no domicílio)
(Var. % acumulada em 12 meses)
Como o M1 tem crescido a taxas menores ao longo dos últimos meses, a inflação do grupo de produtos considerados pelo IPCA - Núcleo por Exclusão deverá seguir
a mesma tendência ao longo de 2015. No entanto, o índice cheio do IPCA deverá encerrar o ano alta em
função de dois grandes motivos: (i) a recomposição dos preços dos produtos
monitorados e (ii) o repasse do câmbio desvalorizado para a inflação,
naquilo que é conhecido por efeito pass-through.
Fonte: M1 (BCB). Série 1827 do SGS.
IPCA - Núcleo por exclusão (BCB). Série 11427 do SGS.
Bom blog... eu só mudaria o fundo preto, pra outra cor....
ResponderExcluirpra facilitar a leitura. abraço
Já alterado. Espero que tenha gostado da mudança!
ExcluirAbraço.