Uma das características
fundamentais de qualquer tipo de investimento diz respeito à relação
risco-retorno envolvida em cada aplicação. Quanto maior a possibilidade de se
obter ganhos, maior tende a ser o risco envolvido (possibilidade de
inadimplência), ou seja, há um claro trade-off
(dilema). Nesse sentido, o Risco-Brasil, calculado diariamente pela JP Morgan,
procura medir o risco envolvido na aquisição dos títulos da dívida externa do
País. Essa medida apresenta como referência os títulos da dívida americana,
considerados totalmente seguros: a cada 100 pontos, o investidor exige um
prêmio pelo risco assumido de 1% sobre estes. Quanto mais baixo esse valor,
menor é o custo de captação de recursos no exterior para o Governo.
O gráfico abaixo mostra que há uma correlação
positiva entre as duas séries. Quando o Risco-Brasil diminui, a taxa de câmbio
se valoriza, ou seja, uma menor quantidade de reais é necessária para comprar
um dólar, e vice-versa. A explicação está no fato de que, quanto menor o risco,
maior é o incentivo para a aplicação de recursos na nossa economia. Por
conseguinte, quanto maior a entrada de dólares na nossa economia, menor é o seu
valor (pela lei da oferta e da demanda) ante o Real.
Mesmo
sem crescer de maneira contínua a partir de setembro, fica evidente que o
indicador encontra-se num patamar mais alto. Além disso, a volatilidade também
tem sido maior em comparação com os oito primeiros meses. As incertezas no
campo da economia e da política certamente têm pesado sobre a variável. Os
desafios impostos pela elevação dos juros dos Estados Unidos em 2015 também
devem tornar a situação ainda mais complicada.
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